Saúde ao alcance do paciente, não no hospital.
Estudo realizado pela PricewaterhouseCoopers (PwC), Medical Cost Trend: Behind the Numbers 2014 (Tendências do custo medico: por trás dos números – tradução livre) fornece estimativas sobre o crescimento dos custos médicos particulares durante o ano de 2014 e quais os principais condutores das tendências que se avizinham.
Fato é que a saúde vai continuar a se mover para fora dos hospitais, clínicas e consultórios médicos em 2014. Mais cuidados serão entregues através da internet, em locais como grandes centros clínicos e a partir do Home Care – Atendimento e Internação Domiciliar. Tendência essa alimentada pela ascensão dos custos da saúde, especialmente pelo aumento do número de beneficiários de planos e seguros de saúde e também pela crescente demanda por conveniência.
Relatório recente, também elaborado pela PwC, revela que as fusões hospitalares podem levar a aumentos de preços de até 20,3%, fato que deve inflacionar ainda mais os custos na saúde e consolidar a assistência domiciliar como alternativa efetiva à saúde do paciente e do sistema como um todo.
Para ter sucesso, as organizações de saúde deverão moldar estratégias em torno de novas demandas de valor. A indústria da saúde vai continuar os esforços para aprimorar a qualidade do atendimento, inclusive “empurrando” os cuidados para locais que custam menos e que ofereçam as melhores respostas em termos de qualidade de vida para o paciente: o home care, por exemplo.
Os consumidores, mais atentos e cientes de seus direitos, continuarão questionando negativas de procedimentos e coberturas e o aumento de mensalidades. Esse é um movimento que será mais comum na assistência domiciliar, tendo em vista que os serviços dessa modalidade assistencial não estão previstos em contratos e ainda são arbitrados exclusivamente pela operadora e seguradora.
Expectativas que também chegam em 2014 vêm refletidas da insatisfação de muitos profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, entre outros, com a qualidade da remuneração e em algumas situações com as condições de trabalho adotadas por organizações de assistência domiciliar. Devem se avizinhar movimentos de profissionais em torno de melhores condições salariais, de trabalho e de protocolos mais bem estabelecidos para os cuidados ao paciente tratado em casa.
A saúde deverá estar ao alcance do paciente, não no hospital. Hospitais dedicarão mais tempo a avaliar suas estratégias quanto à saúde móvel, de maneira amigável e confortável ao paciente.
A tecnologia continuará a desempenhar um papel incrível. Deverá favorecer a análise dos dados da assistência domiciliar, capaz de prever o número de dias que o paciente passará sob a assistência e as condições de sua evolução. Os sistemas disponíveis ainda são fechados, mas o desenvolvimento de códigos abertos em grandes plataformas analíticas de dados deve chegar à pauta de muitos gestores, obviamente daqueles que têm nos dados o ponto de partida da estratégia.
O segmento de Home Care continuará crescendo à taxas ainda desconhecidas. O Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (Nead) garante que nos próximos dias deve publicar o resultado do Censo 2013 da Atenção Domiciliar, realizado por aquela organização.
Os consumidores – pacientes e famílias – sabem que as organizações acumulam dados sobre eles, e eles esperam que estes dados sejam usados para personalizar experiências e serviços mais relevantes e valiosos, especialmente aqueles desenvolvidos na casa do paciente. Mas eles não vão tolerar quaisquer áreas questionáveis ou cinza sobre a sua utilização de dados pessoais, especialmente quando sua saúde está em causa.
Antes de qualquer tendência, no entanto, cuidar da qualidade da assistência é ponto fundamental.
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